(In)Decisão e (Des)Confiança!
Ao observar e analisar o comportamento das bebés fotografadas, podemos refletir acerca da importância de fazer escolhas, tomar decisões, ser persistente e seguir em frente com confiança nas intenções escolhidas.
Ambas as bebés estavam no escorrega. A que já tinha subido (quatro meses mais velha) estava indecisa sobre se devia ou não descer. A que estava no primeiro degrau hesitava entre subir ou deixar-se ficar, colocando uma das pernas no segundo, na tentativa de o alcançar, voltando a sentar-se no primeiro. Nesse, entretanto, surgiram outras oportunidades de descoberta e observação, ora a observar uma formiga que passava por ali, ora a ver e ouvir algumas folhas que se movimentavam ao sabor do vento, ora ainda a olhar para as árvores e a ouvir os pássaros que chilreavam.
Surge, novamente, o desafio de subir o degrau e uma das pernas voltava a colocar-se neste que teimava em estar alto demais, ao ponto de regressar à posição inicial. A bebé com a sua persistência tenta uma, outra e outra vez e, nessas suas tentativas e pausas, optava por se envolver noutras pesquisas, observando o que se passava à sua volta, sem demonstrar qualquer espécie de frustração. E, num dos momentos em que decidiu voltar a tentar, conseguiu subir para o segundo degrau e lá se sentou feliz a olhar para o chão distante e orgulhosa pelo OBJETIVO ALCANÇADO! Ao conquistar o que se propôs, desceu e partiu para outra aventura.
Entretanto, o que aconteceu à bebé que estava em cima do escorrega?
Tomar a decisão de descer pelo mesmo não era fácil, mas a vontade de tentar era tanta, que durante uns segundos surgiram sons de pedido de ajuda ao adulto, mas este encontrava-se próximo a supervisionar a ação, pois a decisão de querer ou não descer cabia apenas à bebé. Se o adulto a apoiasse nesse momento, da próxima vez que a bebé quisesse descer, iria fazer o mesmo pedido, sem demonstrar a si própria que era capaz. Minutos depois, retirou devagar uma mão e depois esteve alguns segundos agarrada com a outra, decidindo quando a devia soltar. A confiança chegou e deixou-se deslizar pelo escorrega com toda a alegria de ter conseguido sozinha algo tão desafiante. São estas pequenas, mas grandes, conquistas que ajudam a adquirir mais confiança, maior capacidade de decisão e, consequentemente, autonomia.
Estas são as diferenças que fazem distinguir entre os que se atrevem a seguir em frente ou a ficar no mesmo lugar à espera de que “alguém” os leve para o espaço desejado.
Diferenças que se fazem notar em idades tão precoces, mas que se refletem no futuro.
Que lição tão importante nos transmitiram! Fica para refletir: onde podemos mudar a nossa postura protetora perante as elevadas capacidades de tão competentes pessoas pequeninas!