E se...?
Podemos cair na tentação de pensar e até de dizer “A sala do berçário tem bebés. São apenas bebés!!!” e questionamos:
- O que se pode fazer numa sala com bebés, a não ser tratar dos cuidados de higiene, alimentação, descanso e outros/as cuidados/necessidades?
É provável e natural que possam surgir estes comentários, dúvidas ou questões.
Cada profissional de educação trata, e deve tratar, em cada dia e em cada situação, de suprir as necessidades das crianças, sejam pequenas ou grandes/maiores.
Os bebés demonstram-nos, em cada instante, como, gradualmente, se desenvolvem em cada área, seja motora, emocional, cognitiva ou física.
As ações sucedem-se tão contínua e rapidamente que quase nem nos “apercebemos” do quão capaz é a criança pequena (o bebé) em observar, escutar, explorar de forma sequencial e por etapas as experiências de aprendizagem.
Poderíamos enunciar muitos exemplos, mas vamos apenas mencionar alguns, como se fossem os próprios bebés a verbalizar o que sentem em relação ao comportamento que temos com eles (é apenas uma sensação de adulto, não uma constatação nem um estudo):
“Se a porta estiver aberta vou sair e subir os degraus do escorrega ou gatinhar pelo corredor!”;
“Se as pessoas grandes falarem baixinho ou se fizerem silêncio de vez em quando, não me vou assustar e ficarei mais Tranquilo/a. Isso ajuda-me a estar mais atento/a ao que me rodeia.”;
“Se os grandes descalçarem os sapatos, antes de entrar na sala, vou poder gatinhar à vontade e levar qualquer coisa à boca, pois essa é a forma que tenho para conhecer o mundo.”;
“Se pegares e me pousares com delicadeza e me explicares primeiro o que me vai acontecer poderei ter menos receio de ficar na sala ou noutro local onde tenha adultos com quem me familiarizo mais.”;
“Se me mudares a fralda e verbalizares todos os passos que vais seguir, vou interiorizando essa informação. Mesmo que penses que não estou a prestar atenção a nada!”;
“Se me ajudares a adormecer no berço e, depois, gradualmente, me deixares de embalar, poderei adquirir mais autonomia e saberei que, se acordar, posso adormecer novamente “sozinho/a” porque não preciso que ninguém me embale.”;
“Se me deres a comida aos pedacinhos pequenos (batata, cenoura, maçã, pera, banana, ...) conseguirei, mais rapidamente, distinguir os aromas e os sabores de cada alimento!”.
“E se…?”
Assinado: BEBÉ!!!
E assim fica em aberto o que poderemos fazer para continuar a apoiar o desenvolvimento de cada “ser” tão frágil, mas tão capaz como o é uma criança!
Um beijinho da sala do berçário!